segunda-feira, 2 de maio de 2011

Progênie em Sete Foices



Quem morre sete dias por semana
não brota ao lúzio erguido à cabeceira,
pois ranha o astro aos pés, a segadeira;
E um corpo a mais na ceifa se desmana.

Talvez por lucidez, a sina humana
arranque a casca, a capa derradeira,
mostrando o cerne oculto da madeira
e a seiva ardente dela, que se emana.

Nascer é sujeitar-se ao fogo argento:
enxofre, sal, mercúrio e chumbo.  Ao vento,
fazer-se em cinza pedra indivisível.

É como transmutar-se em combustível
da grande mão que gira o firmamento:
carvão da arcana chama invisível.




C.St.


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