Aos olhos do poeta com clareza
revelam-se as flores pequeninas
latente ainda ao pólen, opalinas
no vento que passeia em sutileza.
E vê detrás ainda da beleza
na vaporosidade em tremulina
oculta à claridade matutina,
um rio fluindo em toda estral grandeza.
Oh dádiva enxergar! Pois enxergar
é ter também o olhar dentro do ouvido,
na insuficiência dos sentidos
ou mesmo na ausência ocular...
Pois todo invisível percebido
convém ainda em si descortinar.C.St.
...
muito lindo!
ResponderExcluirObrigado Robson...
ResponderExcluirBom vê-lo por aqui!
Charles, a forma, não trabalha em causa própria, ela realiza a idéia presente no poema, apropriando-a à rima, à métrica e ao ritmo, como afirmara.
ResponderExcluirA forma é muito mais a realização de um conteúdo apropriado à rima ou ao ritmo do que o contrário; percebe-se, assim, que, para Camões, por exemplo, a forma, mais do que uma imposição estilística de sua época, é a única maneira pela qual sua poesia poderia se realizar, ao contrário da dos Românticos que, tomados de um sentimentalismo desenfreado e, muitas vezes urgente, pouco se utilizaram do soneto, porque seus emotivos frenéticos e alucinados não poderiam resultar em algo que advém, justamente, do racional e do amadurecimento paciente.
Nada disso, porém, impede que ninguém faça um soneto; já a qualidade deste soneto...
Mas, parece-me que tu já sabes de tudo isto.
Parabéns,
Silvério Duque
Silvério Duque,
ResponderExcluirgrande poeta!
Fico maravilhado com sua presença...
Realmente a forma não pode sucumbir a idéia. A forma é apenas uma gaiola, enquanto que a idéia é como um pássaro aparentemente preso.
Obrigado, Poeta!
Abraços...