segunda-feira, 23 de maio de 2011

Inversa Estrada (o pretérito)

De fora, vem o vento venturando
a face da primeira triste hora;
São sonhos acordados dum outrora

latente na memória, quando em quando...

Da aurora vê-se a noite ralentando...
A nuvem lacrimeja mas não chora.
Quem chora é ela à vaga luz de fora,
em pensamento desanuviando...

Em vão, os dias pastam lentamente!
E ela inversamente pela estrada
avança no sentido das pegadas,

as próprias que deixou de antigamente;
E como quem procura uma alvorada
espreita o chão por sua espessa lente.



C. St.



...

Um comentário:

  1. belíssimo soneto!
    Charles... é muito bom ler você
    no sumidouro do espelho da alma.

    *lisa

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