terça-feira, 3 de maio de 2011

À Espera de Quem Já Chegara


A minha treva fede vinho tinto
corrupto de mórbida memória,
sugando da carniça provisória
o tíbio estro em fôlego faminto.

Perdão amor já nada mais eu sinto...
Apenas escorrer carnal escória,
não há saída... A vida é transitória!
Tão logo a “Outra” adentra este recinto.

Vestida co’o mais belo dos vestidos,
beijando os frios lábios codoídos...
Ceifando a luz da fraca chama fosca.

No altar, putrefação da carne tosca;
Há vermes pelos órgãos contraídos!
Já ouço o sibilar servil das moscas...


C.St.


...

Um comentário:

  1. São perfeitos!

    Sensíveis e fortes,tem algo entre a pedra e a pluma,o movimento e a imobilidade,a superfície e o fundo de todos os sentimentos,inteligentes sem contudo perderem a intima expectação da alma.Parabéns Poeta!É como pousar os olhos num oceano vertical onde posso me reconhecer muitas vezes como se fosse um espelho.

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